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As mulheres de Camus

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Yannick Delneste : O seu entusiasmo sobre Camus é total. Não há nenhuma "nuance" a fazer em relação ao escritor e filósofo? Michel Onfray : Efetivamente, ele foi um homem, um pensador, um filósofo impecável. E quando se o é, nós somo-lo em tudo. Da mesma forma que quando somos uma pessoa detestável, o somos em tudo. Quando trabalhei sobre Freud, cada vez que puxava um fio, era para descobrir uma mentira, uma mistificação, una lenda. Com Camus, é o contrário: assim que puxamos um fio, nós descobrimos um belo gesto, uma grandeza mantida secreta, um belo envolvimento escondido. Camus and his Women When Olivier Todd once asked Jean-Paul Sartre, Albert Camus' old Saint Germain des Pres intellectual sparring partner, which of Camus' books he liked best he said: 'The Fall, because Camus has hidden himself in it.' With the publication of his massive biography, Albert Camus: A life, Todd does some serious unveiling of the Algiers slum kid who, at 43, b

Camus

"No inconsciente colectivo francês,  há uma espécie de paixão por este homem que era humilde, simples, impecável, vertical, que encarnava verdadeiramente o que amamos mais na França, a justiça, a verdade, os valores, a virtude, enfim esse género de coisas. O contrário de Sartre." Entrevista a partir do minuto 11 .

Obrigado Albert

Com uns dias de atraso sobre os 52 anos da morte do amigo Albert (04-Jan-1962), um encontro de amigos falam de um amigo. Obrigado Albert. BIBLIOTHEQUE MEDICIS,Albert Camus por publicsenat « Amo esta vida com sinceridade e quero falar com liberdade; ela me dá o orgulho da minha condição de homem. Contudo, já me disseram várias vezes, não há porque ficar muito orgulhoso. Sim, há de quê: este sol, este mar, o meu coração palpitante de juventude, o meu corpo com gosto de sal e o imenso cenário onde a ternura e o génio se encontram no amarelo e no azul. É para conquistar isto que tenho de aplicar toda a minha força e meus recursos. Tudo aqui me deixa intacto, não abandono nada de mim mesmo, não me cubro de nenhuma máscara: basta-me aprende pacientemente a difícil ciência de viver que vale bem todos os "saber-viver".» «… porque negaria eu a alegria de viver, se  sei  não encerrar tudo na simples alegria de viver? Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e eu ch

Albert Camus

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Novo livro de Onfray. Clicar sobre o primeiro desenho para ver uma entrevista de François Busnel a Michel Onfray.

O planeta dos idiotas

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O escritor de Friburgo Michel Bavaud converte-se ao ateísmo aos 80 anos (traduzido)

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O escritor cristão, chegado ao entardecer da sua vida, divorcia-se do cristianismo e fala de Deus como de “uma bela miragem" Patrick Chuard | 12.12.2011 | 00:00 Pedagogo e escritor de Friburgo, Michel Bavaud lança uma pedra na pia de água benta. Envolvido há décadas com a Igreja católica, ele conta como se tornou ateu num livro onde acerta contas com Roma e a religião. O seu trâmite pretende ser um “sair do armário” pessoal mais do que um acto de militância, assegura ele, na sua cozinha de Treyvaux (FR) coroada ainda por um crucifixo. Diálogo com um «Indignado» da fé. Você escreve que teria sido mais razoável deixar a fé «nas pontas dos pés, como tantos outros». Porque não o fez? Não dizer que me tornei ateu seria uma mentira e uma cobardia. Muita gente veio ao longo dos anos pedir-me conselhos espirituais. Há religiosos entre os meus amigos. Seria desonesto não dizer o que penso realmente. Pode-se comparar com um homossexual que sente necessidade de fazer

Peregrinos

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Vejo o cortejo dos peregrinos os de sempre com novas caras cansados, velhos escravos livres serviçais frescos de novos senhores. Junto-me-lhes convicto sobreviver apenas crisálida de mopane regressando à terra. Alguns ficam pelas estalagens no caminho, em troca de nada tratam os cavalos, cozinham educam os filho do novo amo. Estarei nos primeiros, uma gamela vazia a servir de prato palha seca de leito. Levo a velha chibata disfarçada, cerzida ao peito, sem uso algum, gesto vão d'antiga e inútil dignidade. Por bolor verde  e saudade cinza de quando vez passo-lhe pano seco e fantasio banquetes com meninas vadias em poses indignas das filhas do dono. Lisboa, 18 de Dezembro de 2011

(sem título)

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Sinto o caos, a derradeira das parcas tecendo-me lentamente a envoltura da alma. Finalmente um pouco de sossego no doce refluxo do Mundo. Excluo-me do jogo de sombras. Visto-me em nome do belo, recebo em troca farrapos de frio fealdade em troncos escuros. Mas mesmo quando caio nunca sei se o escuro dos olhos me salvará realmente de mim e a cama me resgata à dor. No lugar do gozo da vida foi colocada outra coisa, tenaz como a chuva de Outono, que me vive colada ao corpo. Lisboa, 16 de Dezembro de 2011