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Não entre tão depressa nessa noite escura (Do Not Go Gentle Into That Good Night)

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Não entre tão depressa nessa noite escura; A velhice queima e estressa ao fim do dia: Ira, ira de encontro ao fenecer da alvura. Entanto sábios ao final sancionem a tarde madura Porque suas palavras não lavraram luz, eles Não entram tão depressa nessa noite escura. Boa gente, ao último aceno, clama o quanto dura A chama de seus feitos vãos valsando na angra verde, Ira, ira de encontro ao fenecer da alvura. Rufiões que colhem e cantam o sol que perfura, E aprendem, demais tarde, que o molestam em sua senda, Não entram tão depressa nessa noite escura. Homens graves, à morte, que vêem às escuras Olhos cegos a chamejar meteoros e ser felizes, Ira, ira de encontro ao fenecer da alvura. E tu, meu pai, lá nas tristes alturas, Maldiz-me, bendiz-me com teu duro pranto, peço. Não entre tão depressa nessa noite escura. Ira, ira de encontro ao fenecer da alvura. Tradução: Ruy Vasconcelos

Mulheres do mundo

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Exposição de Titouan Lamazou em Argentan (Um artista feminista)

Coral

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Os poetas são desperdícios dos deuses poeira de coral e velhas estrelas junções improváveis e desnecessárias (o desejo afoga em agonia os sois de ontem). Ecos de luz distante "comme si elle étais aussi poussière d’étoiles" e pudesse sera outra ao cerrar dos olhos cansados. "Elle aussi" na última paragem antes dos dias solitários que virão. É preciso saber dizer o indizível o que não se pode nem pensar. Lisboa, 26 de Novembro de 2011

O punho cerrado

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Gare de Sta. Apolónia, acabava de chegar de Coimbra. Um dos mendigos, dos muitos que passam por ali a noite, aproximou-se de mim com aquela cara miserável que convém a alguém que vive daquilo que se julga sem direito: o meu dinheiro. Teria uns cinquenta anos, camisa desabotoada, calças às riscas, casaco castanho às nódoas; arrastava uma perna retorcida. Pediu-me 100 paus, dei-lhos e como estava nos meus dias comecei com filosofias, e lares, e Seguranças Sociais e reabilitações. De repente agitou-se, abriu a camisa apontou-me o lado esquerdo para o peito e disse naquela voz entaramelada pela manhã dum bêbado: — Vês este punho fechado, com dois elos inteiros e um partido? Acenei com a cabeça. — Vi-o pela primeira vez há mais de 20 anos numa viagem por aí, pelo mundo. Olhe, dessa vez voltava da Suiça, da fruta. Umas horas antes um qualquer desgraçado tinha-me roubado a mochila na praia de Torremolinos, tinha ficado sem nada, nem umas cuecas tinha, foi com uma toalha à volta do cu...

O casamento é perigoso

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A crise em 17-Nov-2011: Médicos a mais

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Este post nasce a propósito de uma notícia do público: Ministro da Saúde diz que hospitais têm mil médicos a mais . Há médicos a mais para o nosso nível de PIB, é claro que há, é um escândalo até sermos dos paises da OCDE com mais médicos, vejam os dados   da OCDE , temos 40% mais médicos que nos EUA ou na Inglaterra, 60% mais que no Canadá. Por curiosidade vejam quem tem 140% de médicos a mais que o Canadá. Neste momento este governo está a fazer experiências num doente em estado terminal porque as terapias contrastadas não existem. Sou anarquista e não me sinto com credibilidade para criticar estas medidas. Desde os anos 80 que tem aumentado o diferencial de rendimentos* DO TRABALHO entre os 20% mais bem pagos e os 20% pior pagos (uma das consequências dos cortes salariais pode bem ser uma "melhoria" deste rácio de desigualdade- S80/S20 - mas isso não é claro porque a elite laboral tem meios para se defender; médicos, gestores , advogados, alguns funcionário...

Daltónico o caralho!

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Noite alta, no Aeroporto de Lisboa, um senhor bem vestido, acabado de chegar de viagem, apanha um táxi e pede ao taxista para o levar para a morada da sua casa. No caminho, vê uma senhora, também com muito bom aspecto, com um vestido vermelho, a entrar numa discoteca. De repente reconhece que se trata da sua própria mulher! O senhor fica desvairado e pede ao taxista que volte até à porta da discoteca. Chegado lá, tira do bolso um maço de notas e diz para o taxista: - Aqui estão mil euros. São seus se você tirar de dentro desta discoteca uma mulher vestida de vermelho. Mas, enquanto a arrasta cá para fora, vá-lhe dando uma valente carga de porrada, sem problemas, porque essa desgraçada é a minha esposa! O taxista, que vivia com grandes dificuldades financeiras, aceita sem pensar duas vezes. Cinco minutos depois o taxista surge a sair pela porta da discoteca,arrastando pelos cabelos uma mulher, com o rosto a sangrar, toda rasgada e desgrenhada, e a gritar todas as asneiras que se possa i...