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Que parvo que sou

Descer ao mundo, assim como vassalo de mim na corrida desvairada de saber o céu tão longe. E assim distante de nós um solitário devasso, enfrenta os moinhos de vento que constrói protegendo-se da insalubridade dos Homens. Lisboa oferece um lugar a todos os nossos naufrágios. A cidade faz de mãe relutante, gorda e má. Que parvo que sou deixar-me ir assim pelo vento como uma borboleta descuidada.

Como anda o pátio

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Professor fazia-se passar por mulher na Internet para conquistar outros homens À frente do computador, ele deixava de ser homem. Passava a chamar-se Ana. Ana Sofia Sá Magalhães, um nome que condizia com o rosto de uma mulher loura, com ar nórdico e sotaque de Cascais. Era com uma fotografia desta personagem que inventara que se apresentava no mundo virtual onde “mergulhava” à procura de relações amorosas com outros homens. O assédio sexual era feito através da Internet  (Foto: Paulo Pimenta)   O problema é que não se ficou pelas fantasias. Quando os seus interlocutores manifestavam o desejo de se encontrar com ele pessoalmente, faltava sempre. E quando, impacientes, acabavam por se afastar perseguia-os, ameaçando-os, chantageando, devassando a sua vida privada e provocando danos psicológicos e materiais, refere a acusação. O homem, de 40 anos, pr

Sous la douche

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Je me relevai. Il ne bougea pas. Je pris encore le savon entre mes mains, commençai à nettoyer le torse, vaste et solide, modérément poilu. Je me mis à descendre lentement le long du ventre, gonflé et ceinturé d’abdominaux puissants. Il me fallait du temps pour en couvrir toute la surface. Le nombril était saillant, petite boule blanche autour de laquelle se dessinait la masse ronde. Un astre autour duquel mes doigts gravitaient, en s’efforçant de retarder le moment où ils succomberaient à l’attraction vers le bas, vers la comète dressée contre le bel ordre circulaire de l’estomac. Je m’agenouillai pour masser le bas-ventre. Je tournai longuement autour des parties génitales, tout doucement, jusqu’à l’intérieur des cuisses. Son sexe était terriblement gros et tendu. Je résistais à la tentation de le toucher, prolongeant les caresses sur le pubis et entre les jambes. Il se tenait maintenant plaqué au mur, bras écartés, appuyé des deux mains contre les parois, ventre en avant. Il gémissa

Ausente

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Sinto já saudades de mim de ausência em ausência preparo firme no coração a grande ausência da alma. O mundo não se molda toca-se com suavidade olha-se com respeito e segue-se os seus ritmos. Nas presenças que não se desejam a (minha) ausência que não se chora. Para cada partida há uma paz que se ganha e se merece em vão. Vive-se de mentira em mentira cultivando o auto-engano para justificar a cama abandonada inerte e vazia cada dia. Um dia devemos retirar-nos cansados de nós mesmos. Deixa-se no mundo um letreiro a preto e branco, suspenso numa pedra do caminho: "Ausente". Lisboa, 18 de Maio de 2011

Oração da manhã

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A velhice é uma merda...!!!

Um casal passa a lua de mel nma linda cidade. Numa casa de espectáculos porno o letreiro anuncia: 'HOJE, O FABULOSO PAULINHO'. Entram e o show começa com PAULINHO, 39 anos, numa cama com um louraça, uma morenaça e uma ruivaça, que ele come uma a uma...... e depois repete. As três mulheres, exaustas, deixam o palco, enquanto PAULINHO agradece ao público, que aplaude efusivamente, de pé. Sob o rufar de tambores, uma mesinha com 3 nozes é colocada bem no centro do cenário. PAULINHO quebra as 3 nozes com o pénis, com pancadas precisas. O público vai à loucura e ele é ovacionado por vários minutos! Passados 25 anos, para recordar os velhos tempos, o casal decide comemoras as bodas de prata na mesma cidade. Passeiam pelos mesmos lugares e, diante da mesma casa vêem, surpresos, o cartaz: 'HOJE, O FABULOSO PAULINHO'. Entram e, no palco, quem está lá? O PAULINHO, agora com 64 anos, enrugadinho, cabelos brancos, comendo 3 mulheraças com a mesma energia. Não dá prá acr

Último terço

"Aos dois terços da vida se não sabemos o que contém o último é porque não aprendemos nada, portanto nunca aprenderemos, portanto não aprenderemos mais." M. Onfray, "Le recours aux forêts" Desces as pálpebras de cansaço como se fosse a última vez que as desces. E ainda esperas à porta pela forasteira que não virá? Pegam-te na mão com posse Deixa-la ficar presa sem desejo. Morre-se com as pálpebras abertas quando se viveu d’olhos fechados. Sonha pequeno anjo que o tempo corre contigo como um rio bom e a correnteza te leva sem dor ao encontro do teu canto de terra ao encontros dos sonhos. Não, não me dêem passagem que não tenho pressa em chegar. Ainda me corre o sangue nas carnes cravadas de espinhas. Sei o que me vem nesse terço frio e húmido de chuvas. Sem ilusões ainda rio e caminho desenhando cornucópias vazias. Ponho no lugar do siso a doce tremura do desejo. Mas acerca-se, o anjo caído e o tempo de esperar, esperar apenas. Lisbo

Espantoso

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