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Albert Camus - Uma tragédia da felicidade

"A lucidez é a ferida mais próxima do sol" René Char - A estrada era direita, seca, deserta. - Deserta, seca, direita. É o destino. - É o destino. Albert Camus: 1913-1960. Una Tragedia de la Felicidad from A Parte Rei on Vimeo .

O caminho do meio

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Jesus, Judas e Pedro caminham pela Judeia e deparam com um rio caudaloso. Judas diz: -É pá! Que rio! Como vamos atravessar, mestre? - Caminhando sobre as águas, Judas. - Oh Cristo, olha que eu não sei nadar, retorque Judas! - Oh homem de pouca fé, confia em mim e não te afogarás! Avança Pedro e atravessa, quase caminhando sobre as águas, com a água apenas pelos tornozelos. A seguir vai Jesus e, como era seu costume, caminha calmamente sobre as águas. Judas começa por sua vez a travessia. Desconfiado, como sempre. Com medo de se afogar. Dá um passo e já tem a água pelos joelhos... Diz, assustado: - Oh Cristo, olha que eu não sei nadar! - Oh homem de pouca fé, confia em mim e não te afogarás! Dá outro passo e já tem água pela cintura. Com a voz esganiçada diz: - Oh Cristo, olha que eu já te disse que não sei nadar! - Oh homem de pouca fé, confia em mim, não te afogarás! Dá mais um passo e já só tem a cabeça fora de água. Com Judas quase a afogar-se diz Pedro para Jesus: - ...

As mulheres de Camus ( II )

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Quando no futuro se falar em D. Juan vai-se falar em Albert Camus. Principalmente pela vida que viveu mas também pelo capítulo que dedica ao Burlador de Sevilha em O mito de Sísifo . Camus não é um sedutor qualquer, ele é o que é perdoado facilmente pelas suas conquistas: o grande sedutor. As mulheres perdoam aos grandes sedutores e apenas se sentem usadas pelos medíocres. Para quem não gosta de sedutores deixo o link do artigo do Guardian, aqui . Acho-o mal escrito e cheio de incorreções mas vai acalmar os corações das senhoras e senhores que acham que o amor é lindo se for um homem e uma mulher, somente. Fica de seguida uma recente entrevista da filha, Catherine Camus, a um jornal catalão, Las mujeres de Camus e um texto sobre a biografia de Oliver Todd, “Camus and his Women”. As mulheres de Camus texto original de  Héctor Aguilar Camín "Nos últimos dias de Dezembro de 1959 o escritor Albert Camus, que havia ganho o prémio Nobel dois anos antes, escreve...

Estado de Sítio

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Página 13 Homens falando: "A Espanha não, homem, a Espanha não!" 17 Nada: "Eu, Nada (...) bêbado por desdém de todas as coisas." 17 Nada: "a vida vale a morte, o homem é feito de madeira de que se fazem as fogueiras." 18 Nada: "Não vocês não estão na ordem, vocês estão na fila. bem alinhados, de ar tranquilo, vocês estão maduros para a calamidade." 18 Nada: "Li nos livros que vale mais ser cúmplice do céu que sua vítima." 21 Nada: "E nada desta Terra, nem rei, nem cometa, nem moral, estarão nunca acima de mim!" Página 31 Diego: "Cem anos depois de eu morrer Poodia a Terra perguntar-me Se eu já te tinha esquecido Que eu responderia ainda não!" 67 O Coro: "O nosso coração não era inocente mas amávamos o Mundo e os seus Verões."  81 Nada: "Estou farto de dizer que não estou morto!" 86 A Mo...

O Mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo

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Albert Camus UM RACIOCÍNIO ABSURDO As páginas que se seguem tratam de uma sensibilidade absurda que se pode encontrar esparsa em nosso século — e não de uma filosofia absurda que o nosso tempo, para sermos claros, não conheceu. É, portanto, de uma honestidade primordial assinalar, logo de início, o que elas devem a certos espíritos contemporâneos. Minha intenção de ocultá-los é tão pequena, que eles se verão todos citados e comentados ao longo da obra. Mas é proveitoso observar, ao mesmo tempo, que o absurdo, tomado até aqui como conclusão, é considerado neste ensaio como um ponto de partida. Nesse sentido, pode-se dizer o quanto há de provisório na minha ponderação: nada se saberia conjeturar na posição a que ela obriga. Aqui somente se encontrará a descrição, em estado puro, de uma doença do espírito. [1] Nenhuma metafísica, nenhuma crença estão misturadas com isso, no momento. São os limites e o compromisso único deste livro. O absurdo e o suicídio Só existe um...

Núpcias em Tipasa

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Na Primavera Tipasa é habitada pelos deuses e os deuses falam no sol, no odor dos absintos, no mar revestido por uma couraça de prata, no céu de um azul inclemente, nas ruínas cobertas de flores e na luz que jorra aos borbotões por entre as pedras amontoadas . Em certas horas o campo fica negro de sol. Os olhos tentam inutilmente perceber outra que não sejam as gotas de luz e as cores que tremem na beira dos cílios. O odor intenso das plantas aromáticas arranha a garganta e sufoca, no calor descomunal. A muito custo, no fundo da paisagem, consigo vislumbrar a massa escura do Chenoua, que se enraíza nas colinas que circundam a aldeia, estremece com um ritmo seguro e pesado, para ir agachar-se no mar. Chegamos pela aldeia que se abre sobre a baía. Entramos num mundo amarelo e azul, onde nos acolhe o suspiro perfumado e acre da terra estival da Argélia. Por toda a parte, as buganvílias, de um rosa avermelhado, irrompem do alto dos muros das casas de campo; nos jardins, hibiscos d...

A ordem libertária, A vida filosófica de Albert Camus

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L'Ordre Libertaire de Michel Onfray Página 14 "... como nos podemos conduzir quando não se acredita nem em Deus nem na razão." 17 Ultrapassar o nihilismo pela fidelidade à Terra, pela memória da infância, por uma inscrição na ancestralidade e uma filosofia positiva. 24 "Para ele [o filósofo] o verbo faz-se carne, acto, acção, senão não serve para nada. 25 "A lenda de Camus é negativa: ela diz mal de um homem bom- como a de Freud é positiva, diz bem de um homem mau." 27 Camus: "Há assim uma vontade de viver sem recusar nada da vida que é a virtude que honro mais neste mundo." 30 A assinatura existencial de Camus é a intolerância a toda a forma de injustiça. 33 "Não é fácil tornar-mo-nos o que somos." 35 Pena de morte: "Os homens denominam esta vingança , a justiça" ( 6 lts de sangue) 36 "... indivíduos inumanos que reprovam a...

Uma rosa e um livro

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St. Jordi em Girona. Uma rosa, um livro e o mau feitio dos catalães.

Calígula (de Albert Camus)

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pg 22   Calígula: "Este mundo, tal como está feito, não é suportável. Tenho necessidade da lua."      23   Calígula: "Os homens morrem e não são felizes."      31   Calígula: "Governar é roubar"      36   Calígula: "Os homens choram porque as coisas não são como deviam ser."      57   Calígula: "... todas as horas ganhas sobre a morte são inestimáveis."      61   Cherea: "Não há paixão profunda sem crueldade"      82   Calígula: "A solidão! Que é que tu sabes da solidão? A dos poetas e a dos impotentes. A solidão? Mas qual? Ah, tu não sabes que nunca se está só! E que nos acompanha sempre o mesmo peso do passado e do futuro. "      90   Os Patrícios: "... a verdade deste mundo que é a de não ter nenhuma..."      93   Cipião: "Posso negar uma coisa...

Camus, a ordem libertária

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"Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e chamo imbecil àquele que tem medo de gozar." Fieis a si mesmos, quase todos filhos da alta burguesia, falsos, geniais, ridículos, hei-los actores em 1944...; "Nesta foto célebre de Brassaï Camus está no atelier de Picasso do crème de la crème do momento: Sartre sentado, um olho em direcção ao fotógrafo, Lacan desfocado (nele era fatal como o destino!), Picasso de braços cruzados fixando a objectiva, Beauvoir com um sorriso malicioso, segurando um livro como um missal antes da missa, Leiris sentado de terno, e alguns outros. Camus está de cócoras, entre Sartre e Leiris; Não olha o fotógrafo, acaricia um cão sentado no tapete diante dele. (...) No seu diário Camus escreve: "Trabalhadores franceses - os únicos ao lado dos quais eu me sinto bem, tenho vontade de conhecer e de viver . Eles são como eu." in L´Ordre Libertaire , Michel Onfray, Flammarion , 2012

As mulheres de Camus

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Yannick Delneste : O seu entusiasmo sobre Camus é total. Não há nenhuma "nuance" a fazer em relação ao escritor e filósofo? Michel Onfray : Efetivamente, ele foi um homem, um pensador, um filósofo impecável. E quando se o é, nós somo-lo em tudo. Da mesma forma que quando somos uma pessoa detestável, o somos em tudo. Quando trabalhei sobre Freud, cada vez que puxava um fio, era para descobrir uma mentira, uma mistificação, una lenda. Com Camus, é o contrário: assim que puxamos um fio, nós descobrimos um belo gesto, uma grandeza mantida secreta, um belo envolvimento escondido. Camus and his Women When Olivier Todd once asked Jean-Paul Sartre, Albert Camus' old Saint Germain des Pres intellectual sparring partner, which of Camus' books he liked best he said: 'The Fall, because Camus has hidden himself in it.' With the publication of his massive biography, Albert Camus: A life, Todd does some serious unveiling of the Algiers slum kid who, at 43, b...

Camus

"No inconsciente colectivo francês,  há uma espécie de paixão por este homem que era humilde, simples, impecável, vertical, que encarnava verdadeiramente o que amamos mais na França, a justiça, a verdade, os valores, a virtude, enfim esse género de coisas. O contrário de Sartre." Entrevista a partir do minuto 11 .

Obrigado Albert

Com uns dias de atraso sobre os 52 anos da morte do amigo Albert (04-Jan-1962), um encontro de amigos falam de um amigo. Obrigado Albert. BIBLIOTHEQUE MEDICIS,Albert Camus por publicsenat « Amo esta vida com sinceridade e quero falar com liberdade; ela me dá o orgulho da minha condição de homem. Contudo, já me disseram várias vezes, não há porque ficar muito orgulhoso. Sim, há de quê: este sol, este mar, o meu coração palpitante de juventude, o meu corpo com gosto de sal e o imenso cenário onde a ternura e o génio se encontram no amarelo e no azul. É para conquistar isto que tenho de aplicar toda a minha força e meus recursos. Tudo aqui me deixa intacto, não abandono nada de mim mesmo, não me cubro de nenhuma máscara: basta-me aprende pacientemente a difícil ciência de viver que vale bem todos os "saber-viver".» «… porque negaria eu a alegria de viver, se  sei  não encerrar tudo na simples alegria de viver? Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e eu ch...

Albert Camus

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Novo livro de Onfray. Clicar sobre o primeiro desenho para ver uma entrevista de François Busnel a Michel Onfray.