Panfleto filosófico

Uma vida filosófica é possível. A filosofia existe! 

Procurei filósofos entre os docentes do DFIL/CCHLA. Não há nenhum. 


Filosofia: 
 “… nascemos filósofos e somente alguns o continuam a ser. (…) há uma grande razão nas crianças que perguntam ‘por quê’. Que querem saber. ‘Por que é que a noite é negra’; ‘por que a água molha’, ‘por que o avô morreu’; ‘por que o pequeno gato se tornou um gato velho’; ‘por que’, etc. Enfim.
As crianças colocam questões que são grandes questões de ontologia, de metafísica, de filosofia.
 Depois os pais renunciam a responder porque não têm, forçosamente sempre, os meios intelectuais, ou o tempo. 
Por vezes dizemos: não sei mas vamos encontrar numa biblioteca, vamos procurar num livro. Depois, há um momento, em que as pessoas acabam por renunciar a responder às questões. E desde que entra na escola, pedem-lhe que você responda a questões que você nunca colocou. E dizem-lhe:
 - Agora, se você quer ser um bom aluno, diga qual é o PNB de Portugal! 
 Naturalmente ninguém é levado a se colocar essa questão. Não de imediato... (…) eu digo que aprendemos na escola, coisas totalmente inúteis. Dizem-lhe: 
 - As questões que te colocaste cessa de as colocar, em troca aprende as respostas a questões que não te colocas. 
 Efetivamente isso desespera um certo número de indivíduos e alguns resistem a isso. Esses que resistem a isso, dizendo-se: 
 - Eu persisto com as minhas questões, eu quero as minhas respostas. Vou procurá-las. 
 Bem, esses são os naturais filosóficos. Em seguida podem tornar-se filósofos de profissão porque terão aprendido na Universidade quem pensou o quê, quando, como, de que forma. Depois disso, um dia talvez, escrever livros de filosofia, ser convidado do programa de François Busnel (La Grande Librairie).
Et voilá! Partimos de um questionamento de criança e acabamos um dia com um estatuto de filósofo mas o filósofo não é necessariamente, é mesmo, raramente, alguém que escreve livros de filosofia.”(1)
 Michel Onfray 

“Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, aparece em seguida. São jogos. É preciso, antes de tudo, responder. E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para ser confiável, deve pregar com o exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, já que ela vai preceder o gesto definitivo. Estão aí as evidências que são sensíveis para o coração, mas que é preciso aprofundar para torná-las claras à inteligência.” 
O mito de Sísifo, Albert Camus 

 Há alguma semelhança entre o pensamento destes filósofos e o “linguajar” dos professores da DFIL?

 Sabem porquê?

 Não se resignem. Resistam. Busquem uma resposta. 

Uma vida filosófica é possível. 

1 - Como levar uma vida filosófica - Michel Onfray - (legendado),  https://www.youtube.com/watch?v=M24XuRMhMxA

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