Cosmos

Life is a too short poem for evolutions.
23-Jun-2014

Cromeleque dos Almendres
Esta é uma nota de rodapé cósmica ao Solstício de Verão de 2014 no Cromeleque dos Almendres*, o meu 47º. 

Em 47 ciclos da terra a matéria se compôs e se recompôs em mim na mais perfeita ordem e naturalidade; no Cosmos NADA se modificou...
Neste total e plúmbeo silêncio, simultaneamente decepcionante e  reconfortante, somos únicos. Num céu vazio somos nossa propriedade exclusiva.
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Nos tempos pré-históricos éramos demasiado semelhantes ao que somos hoje. Outro xamã se sentou neste lugar há 7000 anos e teve as mesmas certezas que eu: a circularidade do tempo, a fragilidade da vida, a continuidade desta desde a erva mais humilde ao animal homem, a estabilidade do Cosmos e o silêncio dos céus.

Somos matéria pensante mas não somos a única matéria pensante, o Cromeleque dos Almendres aponta numa direção cósmica em que algures outro xamã, no seu "Cromeleque" nas vizinhanças da Aldebarã,  se senta olhando na direção da estrela a que nós chamamos sol e me pensa tal como eu o penso a ele.
Cromeleque dos Almendres
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Uma concepção adulta e saudável do Cosmos faz a economia do cristianismo, fraquíssimo cosmologicamente em que um Deus faz-tudo é o capataz e encarregado do que há, sem fluxos, sem interdependências, sem vida. O Cosmos é um lugar morto para os cristãos. Para mim é um lugar de permanente fluxo de matéria e energia. Denso, amoral, sem nenhum Ente que lhe garanta a ordem mas profundamente ordenado e estável.
Estrutura do Cromeleque dos Almendres





A modernidade é uma mentira persistente e  patética. Não há nem nunca houve evolução alguma, porque o corpo, a grande verdade nietzschiana, não evoluiu nunca. Nas maternidades desta Lisboa de hoje nascem bebés pré-históricos, 100% iguais aos que nasciam nas cavernar vizinhas a Almendres há 7000 anos...



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(*) Estive e não estive neste solstício nos Almendres.

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