Querido fiz xixi na cama! Ou as minhas vergonhosas aventuras no mundo da sexualidade feminina

Altas horas da madrugada peguei na tese de mestrado "Para além da dor: fantasias de prazer, poder e entrega" da Ana Mota (1), que há meses jaz na minha mesa. Achei curioso que o Freire diga no livro Fantasias eróticas. Segredos das mulheres portuguesas, Lisboa, A Esfera dos Livros que o Albuquerque diz que "Alguns estudos nesta área apontam para uma prevalência da submissão nos homens (à razão de vinte submissos para um dominador), enquanto, nas mulheres, os números revelam o contrário (há mais dominadoras do que submissas)". Fui pesquisar e caí neste post pavoroso. E lembrei-me de que nunca me disseram:
- Querido fiz xixi na cama!
Mas podiam ter dito...
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Faço a minha declaração de interesses:
Sempre fui fraquinho na cama e não tem havido melhorias. Assemelho-me aliás ao meu pequeno mestre, Montaigne que tinha um "sexo curto, também não muito grosso (...) pequeno que logo se torna inoperante"(2). Mas Montaigne torna-se especialista no minete e "... ele confidencia seu talento para fazer da necessidade uma virtude, passando noites mais a acariciar de que a cavalgar à maneira soldadesca"(2), eu não, até há uns 10 anos atrás nem sabia a localização exacta do clítoris, hoje sei onde fica mas desconheço o essencial do que fazer com ele, às vezes tão esquivo outras tão assoberbado.
Não é pois de espantar que, ao contrário da quase totalidade dos homens que conheço, virtuais especialistas em "surras de pau" desde a adolescência, fartíssimos de mudar lençóis molhados, elas a mim nunca me tenham molhado a cama. Até que, recém entrado nos 30, no Jamaica, convenci uma moça de uns 38 anos a servir-me. Pela manhã, leva-me para casa, abre a cama pega num atoalhado turco, estende-o no lençol e deita-se em cima dele e abre as pernas. Pensei várias coisas: é fetichista, esta é a toalha da queca, vai-se cagar/mijar, ou eu sei lá bem o que se vai passar aqui e agora! Mas como a cona dada não se olha os pentelhos, lá me instalei, meio receoso, entre as pernas da cidadã. Veio-se rapidamente, grande mancha de molhado na toalha, terminámos a função com simpatia e a vida seguiu. Pensei:
- Coitada, tão nova e já incontinente, se calhar alguma consequência de um parto.
Passados uns 5 anos um golpe de sorte, levo para casa uma enfezada simpática, e trás, pás, pim, pam, pum, 5 manchas no meu rico edredão azul aos quadrados!
Puta que a pariu, ela foi dormir a casa e eu ia ter de dormir no molhado. Estranho, as manchas desapareceram mais rápido do que previsto, não tinham cheiro algum, e recordava que o líquido era transparente. Uma pesquisa rápida no google e lá veio a trilogia:
Ponto G, Glândulas de Skene e idade acima dos 30 anos - diminuição do espessamento da parede vaginal com consequente facilitação de estimulação do ponto G.
Et voilà, afinal tudo pelo melhor no melhor dos mundos e nada de xixi na cama, querida!
Nos últimos anos, provavelmente fruto da crise dos 40, já me molharam a cama mais algumas cidadãs, um par delas abaixo dos 25 e descobri até um truque para IMPEDIR que me molhem a cama. Como o segredo é a alma do negócio, só ensino o truque aos felizes contemplados com uma ejaculadora abundante que me enviarem uma mensagem com o assunto, "Ó grande guru da cama molhada, ilumina-me", de contrário, nada feito, continuem a mudar os lençóis ou a ter sexo sentados num banco, na cozinha, que depois é só passar a esfregona.


(1) As minhas desculpas à autora mas não há cu que aguente aquela introdução....
(2) Contra-história da filosofia - 2: o cristianismo hedonista, de Michel Onfray, Editora Martins Fontes, São Paulo, Brasil

Comentários

  1. o senhor é um ordinarão

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  2. SUA FORMA DESCARADA DE FALAR ME FASCINA MEU CARO SENHOR. VC SABE DAR UM XEQUE MATE PERFEITO . BJUS DA SUA VADIA .

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