DEI
Se há uma razão para sermos homens, não a vislumbro
para lá da simples vontade do sermos;
uma força que nos empurra como às ervas do jardim,
uma vontade infinita de sermos felizes.
Falam-me duma improbabilidade, Deus.
Há que dizer "sim, está bem", e seguir adiante.
Mas rio-me como o homem adulto ri
das infantilidades duma criança feliz.
Não, não sou como tu, Søren.
Um Deus absurdo não serve,
o absurdo em nada precisa Dele
passa bem só com o acaso.
E também para quê acreditar
num Criador louco, mau ou vazio
que gera o frio e o caos
em vez da doçura da justiça?
para lá da simples vontade do sermos;
uma força que nos empurra como às ervas do jardim,
uma vontade infinita de sermos felizes.
Falam-me duma improbabilidade, Deus.
Há que dizer "sim, está bem", e seguir adiante.
Mas rio-me como o homem adulto ri
das infantilidades duma criança feliz.
Não, não sou como tu, Søren.
Um Deus absurdo não serve,
o absurdo em nada precisa Dele
passa bem só com o acaso.
E também para quê acreditar
num Criador louco, mau ou vazio
que gera o frio e o caos
em vez da doçura da justiça?
Lisboa, 26 de Dezembro de 1996
Gostei muito do texto... Talvez a resposta de Søren fosse: O absurdo, o frio e o caos são fruto do chamado "livre arbítrio", que normalmente implica em escolhas erradas.
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