Cabeçalho
Escrevo
um diário há mais de 20 anos. De cada vez que abro um dos 120 cadernos A4 que
se amontoam na estante é como se reencontrasse um velho conhecido, alguém em
que reconheço uma profunda dedicação a este espinhoso "... mestiere
di vivere".
Sei que só “… aprendemos a viver quando a vida já
passou”. Preciso ler-me para que o meu respeito por mim próprio seja
inabalável: entender as circunstâncias que me levaram aos fracassos e relativizar
os sucessos. Encontro esse outro eu que já não é, e previno a pior das doenças
da alma: " ... entre as nossas doenças, a mais selvagem é a de
desprezarmos o nosso ser".
Num tempo novo, com novos meios, escrevo, ou transcrevo aqui, uma parte
pública desse diário.
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