Mensagens

Brel, o filósofo

Imagem
Tributo de Bowie: Amesterdão No porto de Amesterdão Há marinheiros que cantam Sobre os sonhos que os assombram Ao redor de Amesterdão No porto de Amesterdão Há marinheiros que dormem Como as bandeiras penduradas Ao longo das margens escuras No porto de Amesterdão Há marinheiros que morrem Cheios de cervejas e dramas Às primeiras luzes do dia Mas no porto de Amesterdão Há marinheiros que nascem No espesso calor Dos fracos oceanos No porto de Amesterdão Há marinheiros que comem Sobre toalhas também brancas De peixes gotejantes Eles mostram os dentes Que mastigam o destino Que engolem a lua Uma baforada de caras E cheira a bacalhau Directamente no coração das batatas fritas Que suas grandes mãos convidam A retornar uma vez mais Então, levantam-se a rir Com um ruído de tempestade Fecham suas braguilhas E partem arrotando No porto de Amesterdão Há marinheiros que dançam Esfregando suas barrigas Nas barrigas das mulheres Eles giram e eles dançam

E por que haverias de querer...

Imagem
E por que haverias de querer minha alma Na tua cama? Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas Obscenas, porque era assim que gostávamos. Mas não menti gozo prazer lascívia Nem omiti que a alma está além, buscando Aquele Outro. E te repito: por que haverias De querer minha alma na tua cama? Jubila-te da memória de coitos e de acertos. Ou tenta-me de novo. Obriga-me. Hilda Hilst

A sabedoria das abelhas. Primeira lição de Demócrito

Imagem
La Sagesse des abeilles (A sabedoria das abelhas) começa sobre o túmulo de um pai morto e termina nos astros, passando por um trajecto em direcção à estrela polar, um nascimento num quarteirão de bois decompostos, uma reencarnação de homens doces, a alma de um morto como condição de possibilidade da eloquência de um filho, uma meditação sobre o cosmos e as figuras do destino, uma anti-fábula das abelhas, uma cerimónia orgíaca destinada a iniciados, libações em honra dos solstícios, uma celebração das republicas das moscas do mel, uma genealogia do mal, uma lição dada por um  enxame… Em modo lírico e poético, este texto, destinado a ser levado à cena por Jean-Lambert-wild na Comédie de Caen, toma lugar, depois  de Le Recours aux forêts , como a premiera lição de um Demócrito que começou a examinar o ceu  para aí encontrar as lições dadas pelo cosmos aos homens. Esta sabedoria dada pelas abelhas convida ao super-homem - que é simplesmente  o conhecimento do papel arquitetónico
Imagem
“E abertamente entreguei o meu coração à terra grave e sofredora, e muitas vezes, na noite sagrada, prometi amá-la fielmente até à morte, sem medo, com a sua pesada carga de fatalidade, sem desprezar nenhum dos seus enigmas. Dessa forma, liguei-me a ela por um elo mortal.” Hölderlin A morte de empédocles

Putas graças a Deus (2)

Imagem
Regresso ao tema e à sensação que tenho que as mulheres nasceram naturalmente putas e isso em nada me incomoda, é a ordem natural das coisas, aceito-a e gosto. Aliás, acho que quem não percebe isso dá razão ao fulano do segundo vídeo: Quem não percebe isso tem um problema sério na cabeça! Vejam o vídeo e perguntem-se com que percentagem de mulheres é que este truque não resultaria: Ver http://carmencarmina.blogspot.com/2011/03/putas-gracas-deus.html .

As mulheres de Camus

Imagem
Yannick Delneste : O seu entusiasmo sobre Camus é total. Não há nenhuma "nuance" a fazer em relação ao escritor e filósofo? Michel Onfray : Efetivamente, ele foi um homem, um pensador, um filósofo impecável. E quando se o é, nós somo-lo em tudo. Da mesma forma que quando somos uma pessoa detestável, o somos em tudo. Quando trabalhei sobre Freud, cada vez que puxava um fio, era para descobrir uma mentira, uma mistificação, una lenda. Com Camus, é o contrário: assim que puxamos um fio, nós descobrimos um belo gesto, uma grandeza mantida secreta, um belo envolvimento escondido. Camus and his Women When Olivier Todd once asked Jean-Paul Sartre, Albert Camus' old Saint Germain des Pres intellectual sparring partner, which of Camus' books he liked best he said: 'The Fall, because Camus has hidden himself in it.' With the publication of his massive biography, Albert Camus: A life, Todd does some serious unveiling of the Algiers slum kid who, at 43, b

Camus

"No inconsciente colectivo francês,  há uma espécie de paixão por este homem que era humilde, simples, impecável, vertical, que encarnava verdadeiramente o que amamos mais na França, a justiça, a verdade, os valores, a virtude, enfim esse género de coisas. O contrário de Sartre." Entrevista a partir do minuto 11 .

Obrigado Albert

Com uns dias de atraso sobre os 52 anos da morte do amigo Albert (04-Jan-1962), um encontro de amigos falam de um amigo. Obrigado Albert. BIBLIOTHEQUE MEDICIS,Albert Camus por publicsenat « Amo esta vida com sinceridade e quero falar com liberdade; ela me dá o orgulho da minha condição de homem. Contudo, já me disseram várias vezes, não há porque ficar muito orgulhoso. Sim, há de quê: este sol, este mar, o meu coração palpitante de juventude, o meu corpo com gosto de sal e o imenso cenário onde a ternura e o génio se encontram no amarelo e no azul. É para conquistar isto que tenho de aplicar toda a minha força e meus recursos. Tudo aqui me deixa intacto, não abandono nada de mim mesmo, não me cubro de nenhuma máscara: basta-me aprende pacientemente a difícil ciência de viver que vale bem todos os "saber-viver".» «… porque negaria eu a alegria de viver, se  sei  não encerrar tudo na simples alegria de viver? Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e eu ch