Falharam a vida, meninos*
"Nas fotografias que gostam de mostrar têm o cabelo revolto e um ar de  quem tem a certeza de tudo. São a chamada geração de 60, definição  imprecisa mas prática por essa imprecisão que permite englobar nela  muitos daqueles que foram jovens um pouco antes ou depois dessa década  ícone para a geração que não só nos tem governado como também construiu o  mundo imaginário onde vivemos. Esse mundo onde público era sinónimo de justiça e gratuitidade rimava  com solidariedade. Esse mundo onde governar bem equivalia a fazer cada  vez mais promessas de redistribuição e onde o Estado passou a ser  entendido como o grande doador. Esse mundo onde não haveria mais guerras  porque tudo se resolveria pelo diálogo, esse mundo onde a corrupção era  um problema dos outros, sobretudo daqueles que os tinham antecedido,  porque eles eram puros. A cada dia que passa, a cada pirueta sobre o empobrecimento de que  não se deve falar porque parece mal e é populista abordar tal assunto,  sobre os jornalis...
