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Ou há vontade de foder ou está tudo fodido

Aos 18 anos mudei de curso da Covilhã para Coimbra e colocaram-me numa Residência Universitária, a Residência João Jacinto. Partilhava quarto com um colega muito bonito, 1m80, 27 anos, pintor, libertino, órfão de pai que todos os dias desde criança fazia o almoço à mãe e lho levava à fábrica onde ela trabalhava (era um cozinheiro como nunca vi, um génio na cozinha). Raramente dormia no quarto, havia sempre uma Maria que o queria na casa dela (casou com uma médica feia como o diabo dois anos mais tarde); penso que ainda estão casados passados 24 anos (engordou e é engenheiro), Chico é o seu nome, gostava de mulheres pequenas e magras. Voltando à primavera de 1987, eu 19 anos, apaixono-me que nem um perdido pela beldade do curso (belíssima, loira, 1m80, inteligente, rica - andava de BMW, pintora e doida varrida). No quarto, altas horas da noite, o Chico tenta dormir e, de candeeiro aceso, escrevo poemas de amor. Às tantas ele perde a paciência, soergue-se da cama apoiando-se no ...