Tetrapharmakon
 [...] a sociedade do tempo de Epicuro era uma  sociedade doente. Os homens acreditavam que era preciso muito dinheiro,  luxúria e fama para alguém poder ser feliz. O medo da morte e do  sofrimento estava plantado em seus corações. Toda a miséria humana era  causada pelas falsas crenças e pelos desejos sem limites, que nelas eram  fundados. Epicuro partia da pressuposição de que a sociedade humana era  corrompida e era sua influência que corrompia os homens e os fazia  miseráveis.   As crenças que mais faziam os homens infelizes eram o  medo dos deuses, o medo do sofrimento e o medo da morte. Para curá-los  dessas crenças, o filósofo dispunha de um tetrapharmakon, ou seja, de um quádruplo remédio: não há nada a temer  quanto aos deuses, não há nada a temer quanto à morte, a dor é  suportável e a felicidade está ao alcance de todos.   1. Não se  deve temer os deuses , porque eles não se ocupam nem se preocupam com os  homens, como imagina o povo, nem são os artífices do mundo como pensa...