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Sobre o amor

"...uma mulher é virtuosa enquanto não tem uma boa oportunidade de deixar de o ser."   Montaigne   Este post é integralmente pro domo sua   e a universalidade um disfarce retórico. Quase sempre é assim mesmo que finjamos não o ser. Toda a filosofia provém de um corpo: é a carne que filosofa. --- Sou um homem que gosta muito de mulheres e a maioria das mulheres não suporta homens que gostem de mulheres. Uma mulher gosta de um homem que goste dela (diferente de gostar de mulheres) mas vai detestá-lo quando descobrir que ele gosta também da moça da padaria, da colega de trabalho dela - que ela detesta -, da irmã dela, da prima e da avó! --- Se olharmos uma criança de leite retiramos os "ensinamentos" essenciais sobre o amor que temos. O amor da cria pela mãe é simples, egoísta, possessivo, exclusivista, chantagista, IMORAL e cruel até à náusea. É espantoso como possam ver beleza nesse amar. Se pudesse, ela apertaria o botão atómico e destruiria tudo à v

Não acrescentes negatividade à negatividade que já existe

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Uma história, comum a quem foi encornado , mostra como Montaigne agia: ver , ouvir , não dizer nada , certamente, mas - método supremo... - mostrar que se sabe , depois não dizer nada . Quando o seu irmão morre num acidente de jogo de péla , procuram por todo o lado a sua corrente de ouro para as partilhas da herança. Sem a encontrarem. Como irmão mais velho, Montaigne preside à partilha. Pede que se procure no cofre da sua própria mulher. De facto a jóia está lá! Antoinette, mãe do filósofo, salva a honra da nora assumindo que foi ela que arrumou a jóia aí. Montaigne aceita a explicação, mas faz essa versão dos acontecimentos ser registada por um notário, tendo os 3 irmãos como testemunhas... Nos Ensaios (...) Montaigne teoriza sobre a condição de corno, esclarecendo que toda a gente já foi, é ou será encornado. Ou então toda a gente encornou, encorna ou encornará. Não há por que se melindrar por tão pouco! Em primeiro lugar a honestidade não é a coisa mais bem distri

Compor com o corpo

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Leão   Sinto o sangue correr-me pela garganta, menos um dia, já faltou pouco. O trespasse oleado pela dor não deixa atrás a alvorada. Ficam na Terra os lugares amados, de quem amou e deixou de amar um corpo. Num navio doente, compomos facilmente com a morte. Michel de Montaigne