meia-noite

Uma lagoa de prata,

um cálice de vinho dourado.

Cheguei em desassossego,

não partirei enquanto não estiveres comigo.


Escreveste à mãe dos homens

e lhe disseste da decepção

de teres nascido

na noite, a meio da noite.


Querias perguntar-lhe quem és

quem andas a enganar

e não passaste dum suspiro d'assentimento

tu, homem-lobo num fato de fogo,

enquanto os dias dão lugar (pacificamente)

à poesia e ao delírio

aos soluços e à noite dos homens

tu, quem és tu?


(É meia-noite e a meio da noite

já se acredita até na madrugada...)

Comentários

  1. Poema sentido este!
    A meia-noite transforma o homem, a mulher, os dois! Que se embrulham num mar regado de vinho e sensações...não interessa a sua identidade.São tão somente dois seres num só!!

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